quarta-feira, 13 de julho de 2016

CHÃO DOS SERTÕES

CHÃO DOS SERTÕES

No chão seco dos sofridos sertões
O povo luta num lutar de esperança
Em seus lares à noite as orações
Piedosos pedem clemência e bonança.

Lá nos ares algumas nuvens se unem
E nos pátios as conversas sem iguais
Os sábios adivinhões se reúnem
E suas previsões atuam desiguais.

A esperança sustenta aquela gente
Gente sofrida de fé inabalável  
Onde o sofrer convive permanente
Naquele chão deleitável e afável.

Nas várzeas o mato seco os rebanhos
Comendo aquele raro nutrimento
Em um poço guris revezam banhos
Sendo pra eles o maior divertimento.

Canecos de água puxados por eles
Daquele poço que abastece a região
Enchem tanques e os bichos bebem neles
Matando a sede que assola o sertão.

A noite nos terreiros as conversas
Repetem-se sobre a luz da lua cheia
As falas de maneiras bem diversas
Na luz da noite do luar que encadeia.

O encandear é deslumbrante e vistoso
Sobretudo quando volta a lua cheia
Pois com ela vem um chover ditoso
Aonde todos agradecem na areia .